sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Polícia procura donos de loja de fogos que explodiu em Santo André



Testemunhas disseram ter visto casal fugir após a explosão.
Parentes dos dois disseram à polícia que eles não querem se apresentar.

Os donos da loja de fogos de artifício que explodiu na quinta-feira (24) em Santo André no ABC, matando duas pessoas e deixando 12 feridas, são procurados pela polícia. Um casal, que é proprietário do local, está desaparecido. Segundo policiais e o Corpo de Bombeiros, o homem e a mulher não estão sob os escombros. Testemunhas disseram que viram o casal fugir.

De acordo com o relato de parentes do dono da loja e de sua mulher à Polícia Civil, o casal não pretende se apresentar ainda. Como não há um pedido de prisão contra eles, os dois não são considerados foragidos.

O dono da loja já respondeu processo por porte ilegal de material explosivo. No acidente, morreram Denian Castellani, de 41 anos, que trabalhava em uma escola próxima e morava no imóvel que explodiu, e Ana Maria Martins, de 48 anos, que trabalhava como faxineira no local.

Quatro casas totalmente destruídas e um quarteirão inteiro arrasado, com 30 imóveis interditados. Foram dez minutos de estouros. O bazar que vendia fogos de artifício ficava em uma rua de um bairro residencial de Santo André. Os vizinhos reclamavam. Não consideravam a loja segura. A moradora do bairro Marilene Niedhardt disse que “houve muitas denuncias e não foi tomada providência nenhuma” sobre a loja.

A explosão que aconteceu nesta quarta tem características muito diferentes da ocorrida em março que assustou Diadema, também na grande São Paulo, onde 40 mil barris de produtos químicos explodiram. O incêndio durou horas.

Nas explosões causadas por pólvora a queima se dá rapidamente. No primeiro instante há um clarão na fonte da explosão, seguida do barulho. A energia liberada varre tudo que tem em volta, para cima e para os lados. É uma onda de calor e de choque, que derruba paredes e destelha casas. O raio de maior destruição ficou entre 10 e 20 metros. O calor e o deslocamento de ar são fatais para quem está nesse espaço. Quem está um pouco mais longe ainda corre o risco de ser atingido pelos destroços.

Em Santo André, os destroços voaram a pelo menos 100 metros de distância. “Terrível, muito forte, muito violento e o chão chegou a estremecer mesmo”, conta o empresário Ângelo Torres. Já a comerciante Maria Aparecida Duarte relatou: “Parecia um furacão, a gente saiu correndo, atropelando um ao outro”.

Segundo a prefeitura de Santo André, a loja de fogos tinha alvará para funcionar como bazar. E podia vender fogos de artifício no varejo se pedisse uma autorização específica. A última requisição foi no dia 7 de maio. No dia 14 de setembro o pedido foi negado por falta de documentação.

O material encontrado por bombeiros reforça a suspeita de que ali se fabricavam fogos de artifício.

“Existe material que indica que ele estava realmente preparando os fogos que ele vendia. Para isso ele não tinha autorização. Mas ainda é prematuro que afirmemos isso, porém, os indícios são muito robustos”, diz um bombeiro.

Sandro Luiz Castellani, dono da loja, é agora procurado pela polícia. Ele tinha sido preso em 2002 por posse ilegal de fogos de artifício.

A prefeitura de Santo André está fazendo um levantamento junto com a secretaria de Habitação, responsável pela fiscalização, para saber quando foi a ultima vez que fiscais estiveram na loja.

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